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segunda-feira, 23 de abril de 2012

trago você no olhar


Olhos fechados pra te encontrar

Já disse várias vezes que o objetivo deste blog seria o de permitir que eu largasse as pedras que carregava, pelo caminho. Nunca foi minha intenção partilhar com ninguém. Acredito que estava mentindo, se não quisesse compartilhar, escreveria no papel e guardaria numa gaveta, fechada a sete chaves. Sempre achei estranho o comportamento dos seres humanos, como me incluo nesse grupo, faço parte desse grupo estranho, logo, tudo se justifica por si mesmo.

Hoje estou às vésperas do dia que mudou minha vida para sempre. Não estou triste. O sentimento é outro. È saudade, é pensar em borboletas, elas são tão efêmeras. Vivem tão pouco, porém encantam nossos olhos com sua beleza, com suas cores, com seu vôo elegante. Tudo muito suave, tão belo! Gosto desse mundo suave. Não consigo me adaptar a roda do tempo, ela é muito rápida. Parece que foi ontem que meu mundo desabou.

Não estou ao seu lado, mas posso sonhar

Nunca fui fraca e tão pouco medrosa. Sou guerreira! Após o terremoto, revirei os escombros, salvei o que era importante, removi os entulhos e comecei a reconstruir. Assim que precisa ser. Chorar sobre o caos não resolve nada. Não muda o momento em que tudo aconteceu. Não vou dizer que é fácil. Não se usa escavadeiras para remover os entulhos emocionais. Tem que ser com as mãos. Quebrar as unhas, sangrar os dedos e gemer de dor nas costas. Só nas costas não, no corpo todo. O que mais dói é o coração. O que dificulta são as lágrimas, elas nos cegam e nos fazem parar várias vezes para enxugá-las. Seria um trabalho para Hércules, porém, executado por uma borboleta. Mas eu consegui!

Aonde quer que eu vá, levo você no olhar.

Às vezes, a dor é tão grande que precisamos de um refúgio, um lugar seguro, protegido de abalos sísmicos emocionais. Eu me voltei para os sonhos, para a minha infância, período que fui feliz. Não que não tivesse sido feliz mais adiante, fui e muito, só que lá, eu desconhecia qualquer dor, alem das provocadas pelos joelhos ralados nas quedas. Esses, minha mãe curava. Essa regressão é escapismo e um paradoxo para quem se diz guerreira. Mas vem cá, não sou a Mulher Maravilha. Apenas uma mulher cheia de contradições. Ser adulto é muito difícil. Ser sensato, coerente e centrado, além de lógico, tudo ao mesmo tempo, não é fácil.

Aonde quer que eu vá, aonde quer que eu vá

Quando você tem um mundo perfeito, construído, pedra por pedra, com muito carinho e sem aviso prévio, ele implode, sobreviver é só para os fortes. Mais difícil ainda é se inserir no mundo dos chamados “normais”, daqueles que nem sabem o que é um amor de verdade.Que distribuem “eu te amo”, como se fosse “bom dia”. Daqueles que acreditam que um amor substitui o outro. Daqueles que não possuem a sensibilidade para compreender a dor da ausência. Das falas vazias, tipo: -“você tem seus filhos”. Eu não deveria ter raiva dessas pessoas, deveria ter pena. Elas não entendem nada de amor. Eu deveria ter raiva daqueles que me dizem: "- ponha Deus no seu coração, vá rezar”. Não tenho, sinto pena. Eles precisam tanto de Deus quanto um aleijado de muletas. Não conseguem caminhar sozinhos.

Não sei bem certo se é só ilusão

É cômodo jogar tudo na mão de Deus, se jogar no conformismo, se livrar de sua carga e jogar nas costas de outro, mesmo que esse outro seja um Deus. Eu sei que a carga compartilhada fica mais leve, mas há tarefas que precisam ser executadas sozinhas. Eu nunca gostei de trabalho de grupo mesmo. Desde pequena, aprendi a confiar em mim e na minha força de reação.Eles não compreendem aqueles que preferem fazer tudo sozinhos. Eles não compreendem, aquele difícil e solitário momento da decisão, quando só com suas forças, decide recomeçar, apesar do terrível cenário de destruição.

Se é você já perto ou se é intuição

Sempre afirmei ser um ser imperfeito, sou egoísta, não gosto de interferência na minha vida, imagina se aceitaria intromissão nos meus sentimentos! O que relato aqui, jamais discuto no mundo real. Não sou dona do amor absoluto, mas do meu amor eu entendo. Mais importante ainda, eu sei que ele está sempre comigo. Eu descobri a presença dele nos menores acontecimentos do dia a dia. Não aparece como um fantasma para me assombrar, para me dar força, conselhos. Eu tenho sentido, fortemente, a presença dele perto de mim. Ele está no vento que me acaricia, na água da chuva que molha meu rosto, no vôo do pássaro que me encanta, ele é o passarinho que me acorda todas as manhãs com seu canto delicado e amoroso. Ele pode ser a singela flor, que chama minha atenção, quase sufocada pelas ramas verdes. Pode estar no sorriso dos meus filhos. Ele está em cada nota das músicas que eu gosto. Ele está dentro de mim.

Longe daqui, longe de tudo, meus sonhos vão te buscar.

Pode ser pura ilusão, posso estar buscando zonas de escape, posso estar sonhando acordada. Quem sabe? A minha intuição diz que não. Tenho andado tão calma e feliz, como quando ele estava comigo. Quando ele está perto de mim, o mundo gira mais devagar, o relógio é apenas um detalhe e não um marcador das horas que me senti longe dele. Estão longe, distantes mesmo, os meus momentos de confusão, quando eu o acusava de ser um traidor, havia me prometido nunca ir embora, antes de mim. Como fiquei furiosa com ele! Eu sempre acreditei nele. Quando ele partiu e me deixou sozinha, me senti uma criança abandonada. Que agonia! Que momentos tenebrosos! Perdida na escuridão sei que ele tem me conduzido, pela mão, durante estes sete anos que nos separam fisicamente, em busca da salvação da minha alma, me levando em direção ao a luz, ao sol, ao aconchego dos seus braços, ao seu colo, que é meu lugar.

Volta prá mim, vem pro meu mundo, eu sempre vou te esperar.

Café?

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