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domingo, 3 de abril de 2011

preta gil, bob marley e bolsonaro


Começo a pensar que a Preta Gil quis acertar o Bolsonaro e acabou dando um tiro no pé. Acabei de receber um e-mail, me convidando a ir a um certo endereço e assinar uma petição a favor do Bolsonaro. De curiosa fui até lá, não assinei mas fiquei impressionada com o número de assinaturas. Muito complicado isso.

Eu conheço o Bolsonaro, sei o teor de seus pronunciamentos mas ele nunca me abalou. Esses políticos são tão corruptos, a justiça tão inepta em alcançá-los que o Bolsonaro até parece uma cândida criatura. Alguém já viu um político, envolvido nos escândalos de desvio de verbas ou corrupção ser preso? Eu não! Já esqueceram a farra no motel, paga com dinheiro público, do velhinho que se tornou Ministro?Viram o Tiririca fazendo festa com o nosso dinheiro? Ele recém entrou e já aprendeu os macetes da política brasileira. Eu ainda não engoli essa e muitas outras que chegam ao meu conhecimento.!

Essa imoralidade, abrigada sob a asas do governo federal, acaba abrindo espaço, para os insatisfeitos com tantas falcatruas se voltem para políticos tipo Bolsonaro. Ele vende a imagem de um homem de postura correta, defensor da família, da propriedade e dos valores morais. O povo anda querendo isso. As pessoas andam cansadas , desiludidas, se sentindo lesadas nos seus direitos básicos e ainda por cima precisam ver os absurdos e aplaudirem? Essas pessoas começam a ver no deputado o" herói" que poderá tirá-los dessa situação caótica.

Já me declarei contra as cotas , no meu ponto de vista são preconceituosas. Há milhares de brancos pobres sem acesso a uma universidade federal por que o ensino público é de péssima qualidade. Se dois favelados concorrem a uma vaga numa federal, tiram a mesma nota, o preto entra só pela cor e o branco pobre fica de fora, isso é justo? Então não somos todos iguais perante a lei, é a conclusão mais lógica.

Li no jornal que um baiano, negro, usando tranças dreadlocks, próprias dos seguidores da religião Rastáfari, foi discriminado e ameaçado pela polícia, lá em Jaguarão, no interior do Rio Grande do Sul. Virou manchete nacional. Foi recebido com festa aqui em Salvador. Se ele fosse branco, teria merecido todo esse destaque? Claro que não ! Diariamente a polícia prende e ameaça inúmeras pessoas brancas, ninguém se importa! Para compreender melhor o caso, as pessoas precisariam conhecer Jaguarão, uma cidade pequena, lá na fronteira habitada por pessoas simples, afastadas dos grandes centros e que ainda conservam os velhos valores. Para começar, esse tipo de penteado remete a Bob Marley que todos sabem adorava fumar maconha. Foi estipulado que o reggae é música de maconheiro. Bob cantava reggae, fumava maconha, usava dreadlocks, logo quem usa as tranças e gosta de reggae é maconheiro. Essa deve ter sido a visão dos policiais estúpidos lá do sul. Só me pergunto o que um baiano que gosta de sol e mar fazia perdido lá na gélida Jaguarão?

Esse protecionismo todo, aos afrodescendentes, acaba gerando uma reação nos que se sentem prejudicados. O mesmo ocorre em relação aos homossexuais. Pensa bem, você vai assistir um jogo de futebol, se achar que o juiz está roubando o seu time, chamar a mãe dele de "puta" pode mas se chamar de "viado" pode ser processado. Há todo um falso moralismo envolvendo essas questões. Continuo achando que a Parada Gay, na Paulista e o sistema de cotas para o ingresso nas universidades federais, servem apenas para reforçar e aumentar o preconceito. Quem quiser comprovar o que digo, dê uma olhada nos fóruns de discussão na internet.

E a Preta Gil, quem é ela ? Não posso falar se ela tem ou não talento, nunca vi nenhuma apresentação dela. Só ouço falar mal, só ouço dizer que chegou onde chegou por força do nome do pai dela, na verdade, ela surgiu quando o pai se tornou ministro. Pelo que tenho lido, ela é bastante polêmica e gosta de chamar atenção pelos motivos errados. Aqui na Bahia eles gostam desse tipo de pessoa. Ivete Sangalo, num programa do Faustão foi falar sobre "pum", todos riram, esse é o "jeito moleque e irreverente" que baiano gosta. Basta observarem as letras das músicas que fazem sucesso por aqui, se é que se pode chamar de música esses ruídos.

Agora, o preconceito é uma coisa muito terrível ! Eu não gostar de homossexuais ou de afrodescendentes é uma coisa. Agredi-los é outra. Eu já sofri preconceito, não gostei nada e a partir daquele dia, reforçou minha raiva contra os alemães.

Eu estava com meu marido, num daqueles jantares idiotas num clube, conversava com nossos amigos, quando ouvi, nas minhas costas, alguém falar no nome de família do meu marido. Virei para ver quem falava, era o cunhado da irmã de meu marido. Comecei a prestar atenção na conversa e lá pelas tantas ele disse: "tenho pena da "frau" fulana de tal, os dois filhos casaram com umas negrinhas". Meu marido ouviu também. Juro que fiquei cega de raiva ! Quando fiz menção de me levantar para responder, meu marido e nossos amigos me seguraram, com a velha desculpa:" deixa disso, não vale a pena". Até hoje não sei se ele fez de propósito ou não, mas fui para casa furiosa e xingando meu marido. Não concordei com a atitude dele e tão pouco com a dos nossos amigos. Coloquei os alemães na minha lista negra junto aos ciganos e mulçumanos. Então, minha solidariedade a todos os descriminados, desde que não estejam na minha lista negra.

Não fumo e nunca fumei maconha, aliás só vi maconha uma vez, nas mãos de um delegado que fazia uma palestra sobre o assunto, mas gosto do Bob Marley(quando não político) e gosto de reggae. Fiquem com Jah (este é difícil de engolir Hailê Selassiê)

Café?

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