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terça-feira, 15 de março de 2011

doando sorte

"A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade." (Mario Quintana)

Sempre gostei de coisas simples. Talvez por eu não ser simples. Sou bem complexa. Às vezes nem eu mesma me entendo, mas de uma coisa tenho certeza absoluta - sempre me esforcei por ser feliz com o que eu tinha. Quando via a felicidade eu a abraçava. Nunca precisei de muito para ser feliz. Queria poder ensinar as pessoas a serem felizes. Muitas delas têm a felicidade nas mãos e a deixam escapar. Por falta de simplicidade.

Hoje, um amigo disse algo que me fez pensar. De acordo com ele "o ser humano começa a perder o caráter quando aprende as "regras" de convívio e a praticar aquelas "mentiras sociais" que julgam inocentes e necessárias". Ele tem razão, essas práticas acabam com a simplicidade de uma relação, qualquer que seja ela, torna embaçada a nossa visão para identificar o que nos faz feliz.

Fiquei pensando na minha vida. Eu sou uma pessoa de sorte. Eu sou feliz apesar de minhas grandes perdas. Como seria isso possível? Minhas perdas foram significativas, houve momentos que pensei que não iria sobreviver, mas estou aqui e ainda sou feliz. Fiz um retrospecto da minha vida. Aquele clichê, a vida passando como se fosse um filme, muitas vezes deixava o filme passar em "slow motion", queria analisar todos os detalhes. Queria descobrir o que me tornara uma sobrevivente. Quem sabe poderia passar para meus filhos o meu segredo - quase morrer e ainda assim sobreviver . Sofrer e ainda assim ser feliz.

Não há segredo algum.Descobri que o passar dos anos, as necessidades sociais e o convívio no trabalho, me obrigaram a criar uma personalidade diferente, o que eu chamo de máscara. Então, em sociedade eu usava a minha máscara, afinal nunca fui uma tonta, precisava sobreviver. Desenvolvi muito cedo a habilidade de me proteger, essa habilidade foi se aprimorando, ao longo do tempo. Em casa, com minha família, com meus amigos, eu era eu mesma - sem máscara.

Por ter uma personalidade muito forte, sempre fiz apenas o que quis. Sempre disse o que pensava e jamais tive medo de alguém ou de alguma coisa. Medo é uma palavra que não existe no meu vocabulário. Aprendi que o medo, muitas vezes nos impede de ser feliz. Odeio perdas emocionais, mas ter medo não impede que essas perdas ocorram, então, não adianta nada sofrer por antecipação. Um passo de cada vez, é um bom conselho.

Eu passei a minha vida toda inventando o meu próprio jogo. Mudava as regras quando via que não poderia vencer mas nunca competi com ninguém, sempre fui muito ciente do meu espaço. Sempre respeitei o espaço do outro, mas brigava para manter o meu. Isso nos deixa feliz. Conquistar seu próprio espaço e não fazer ou tão pouco andar na sombra dos outros, isso nos dá uma independência maravilhosa. Nos deixa livres. Isso nos faz feliz. Tenho pena de quem precisa andar na sombra dos outros.

O segredo, que na verdade não existe, é que os anos passaram mas a menina rebelde de tranças, sempre continuou dentro de mim. Ela continuou sempre criança. Ela sempre me deu força. Ela é pura, é determinada, é rebelde, ela é moleca, tem força de vontade e gosta muito de mim. Ela cria, ela inventa, ela não é dirigida pelas regras impostas pela sociedade. Ela diz o que quer, o que pensa, sem pudor algum. Essa menina sempre soube que haviam limites , ficava sempre bem antes dele. Ela é a minha força e eu a amo muito.

As pessoas nascem e morrem, ninguém rescussita com um estalar de dedos então, ao longo da nossa vida precisamos lutar pelo que desejamos para essa pessoa especial - que somos nós. Precisamos aprender a agarrar nossas chances, elas podem não voltar mais. As soluções mágicas não existem. Os milagres não acontecem quando queremos, à medida dos nossos desejos, precisamos tentar realizar o maravilhoso milagre de ser feliz.

Como não ser feliz ? Eu sou uma mulher de muita sorte. Alcancei todos os meus objetivos. Se eu morresse amanhã, não teria muito a lamentar. Ainda não fui a Irlanda, mas irei em agosto.

O que sempre digo, até mesmo peço a meus filhos, é que jamais deixem morrer a criança que existe dentro deles. Essa criança é quem nos fortalece quando nós adultos fraquejamos. Esse é o segredo para ser feliz.

Hoje é o dia feliz do meu aniversário. Me senti feliz o dia inteiro. Olhando para minha família, pensando nos amigos que colhi, me senti uma vencedora, construi algo que não tem preço. Olhei para meus filhos e me senti muito orgulhosa. Eles são minha obra prima ! As pessoas que mais amo neste mundo. Eu os concebi e tenho muito orgulho deles. São lindos por fora e por dentro. Fiz um bom trabalho. Sou uma mulher de muita sorte. Eu tenho sorte, mas a sorte somos nós mesmos que construimos.

Vou distribuir trevos, símbolo da sorte e da Irlanda. Cada um pegue o seu, faço bom uso - seja feliz e cuide bem a criança que ainda existe dentro de você.

A música ,hoje, é para mim.

Café?



2 comentários:

  1. Olá, Tariza! Feliz Aniversário!

    Que bom que conquistou tudo que desejou e que encontrou paz em vida.

    Viagem para a Irlanda, é? Que inveja!!!
    Se pudesse escolher, eu iria para a Irlanda, a Escócia e a Inglaterra. São lugares mágicos!!!

    Tudo de bom pra ti!

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  2. Obrigado! Conquistei meus objetivos principais, há outros. Quem não sonha e não tem objetivos, está morto e não sabe.
    Olha, os judeus levaram dois mil anos dizendo: "o ano que vem em Jerusalém" -estão lá. Acho que precisamos acreditar e nunca desistir, como eles.
    Sou apaixonada pela Irlanda, mas no meu pacote inclui a Inglaterra, Escócia e França. Embora vá em busca dessa magia, não espero muito, vou com guia, então sabe como é, só correria, este ano vou para aprender. O ano que vem, pretendo voltar e olhar só o que me agrada e não o que os guias queiram mostrar.
    Um abraço

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