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terça-feira, 13 de abril de 2010

saudade


Pois é, como eu ia dizendo, eu sou a soma de todas as minhas vivências. As minhas vivências não me deram raízes. Filha de militar, rolei por esse Brasil a fora, sem criar raízes. Acabei por não pertencer a lugar algum.

Sou de uma família de seis irmãos. Todos nascidos em cidades e estados diferentes. Minha infância e adolescência foi vivida entre Rio, São Paulo , Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. Adulta, voltei ao Rio Grande do Sul. Hoje, estou aqui em Salvador, na Bahia, a última cidade que eu escolheria para morar! Mas, coisas da vida! Se pudesse escolher, com certeza gostaria de ser paulista. Amo São Paulo.

Sou gaúcha de nascimento, mas conheci minha cidade natal, a longínqua Santana do Livramento, lá na divisa com o Uruguai, depois de casada.
Uma cidade sem nenhum significado para mim. Olhei para ela sem amor algum. Sem lembranças e sem saudades. A única coisa que me liga a ela, é uma foto, tirada aos nove meses,na praça onde fica um obelisco, marco que separa as duas cidades, Livramento de Rivera, no Uruguai. Livramento, em 2009, foi declarada oficialmente pelo governo brasileiro como a cidade símbolo da integração brasileira com os países membros do Mercosul. Isso eu sei, pesquisando no Google.

Foi ruim essa minha vida de judeu errante? Não totalmente, sempre tive um conhecimento acima dos demais, que nunca se afastaram das cidades onde nasceram. Enquanto eles conheciam por ouvir falar, eu vivera naqueles lugares.

Foi boa essa minha vida? Não totalmente! Nunca me apeguei a nada. Sabia que estava sempre de passagem pelos lugares. Amigos então, nem pensar! Aprendi a viver comigo mesma e a gostar da minha companhia.

Mas confesso, dá uma sensação de vazio esse não pertencer a lugar algum! Todos meus amigos pertencem ao meu período de casada, onde dividi minha vida entre Cruz Alta (cidade onde nasceram meus filhos)e Pelotas (cidade que amo , fiz amigos e sem esquecer da Lagoa dos Patos e o Laranjal).

Cruz Alta, foi ódio a primeira vista! Nunca consegui me integrar. Nem Érico Veríssimo( só gosto da trilogia O Tempo e o Vento e Incidente em Antares) serviu para me fazer amar a cidade. Mas, tenho amigos lá, que não sabem o quanto são meus amigos. Como diz Milton Nascimento:

"Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Amigos daqueles de se guardar no lado esquerdo do peito"

Graças ao MSN, ontem matei a saudade que sentia deles, daqueles que raramente estão conectados. Ironia do destino, eu sempre com o passo errado, as pessoas mais queridas, mais amigas, estão lá, em Cruz Alta !

O Rio Grande do Sul, é um dos estados mais lindos, dos que conheço! O interior nem se fala ! O trigal maduro, é um espetáculo magnífico. Que saudade do minuano, soprando! Saudade do frio !

Gosto muito de Porto Alegre, uma capital com um jeitinho provinciano, mas muito acolhedora, simpática e bonitinha! Gosto de ir lá e quando desço no aeroporto, fico ansiosa para ver a estátua do Laçador, me dando as boas vindas.

Saudade do Mário Quintana, Moacir Scliar, Juremir Machado, do Fogaça (compositor), Elis Regina, Kleiton e Kledir, Engenheiros do Havai, entre tantos outros.

Saudade da Redenção, da Rua da Praia (sem praia), da PUC, da UFRGS, Zero Hora, Rádio Gaúcha, Menino Deus, Moinhos de Vento, Morro Santa Teresa. Muitas lembranças boas me ligam a essa cidade ! Como deixar de falar no pôr-do-sol no Guaíba? Os baianos que me perdoem, é mais lindo que o do Farol da Barra! Porto Alegre é demais !

E o gaúcho então? Povo altaneiro, politizado, que definitivamente não nasceu para ser ovelha! Ele pensa e combate !

Apesar de tudo isso, acho que sou uma orquídea, minhas raízes são aéreas (espero não ter cometido nenhum crime , minha amiga Carmen, a bióloga, vai ler isto aqui).

Mas, ontem, senti saudade de ser gaúcha (sessão nostalgia pura)! Escolhi uma música para homenagear o Rio Grande do Sul e Porto Alegre.

Café?



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