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segunda-feira, 29 de março de 2010

a estrada

A estrada

Houve um tempo
de esperar desperto,
olhos ávidos,
boca entreaberta.

Houve um tempo
de crer na chegada.

Depois,
o atraso prolongando-se,
perdido o tempo,
diluiu-se a espera,
apagou-se o porvir.

Era o tempo de partir:
a estrada.

Marcus Vinícius Rodrigues

Poema do blog Café Molotov.

Hoje, apesar dos raios de sol estarem brincando buliçosos, na parede do meu quarto, acordei melancólica. Nem um pouco interessada em saber se o mundo vai mal ou não . Uma tristeza vaga, indefinida. Um vazio na alma!

Decidi ler poesias! Quando estou melancólica sinto fome de poesia! Elas me consolam, me dão colo, amenizam a dor indefinida! Seria tão bom se eu soubesse escrever poesias! Teria a doença e a cura nas minhas próprias mãos.

Mas não tenho esse talento, então agradeço a Bragi, filho de Odin ,um dos poucos deuses nórdicos que não gosta de guerrear, que é o deus da sabedoria e das poesias. Apolo, na mitologia greco-romana também protegia a poesia, mas ele era tão complicadinho que prefiro o deus nórdico!

Encontrei a poesia transcrita acima! Ela me levou por estranhos caminhos. Ela falou comigo. Toda a minha vida estava ali! Desde o princípio, quando tudo era esperança, sonhos desejos ! O mundo um mistério a ser desvendado e eu, ávida por descobrir os mistérios da vida.

Aos poucos, comecei a mexer no baú das lembranças, relembrando a minha trajetória! A busca pelas realizações, pela felicidade. Os tropeços, as quedas e o recomeço. A conscientização de que a vida não era bem o que eu pensava ou desejava, mas uma via expressa, com duas mãos! Nós somos os condutores.

Aprendi que a mesma mão que nos levava ao nosso objetivo, muitas vezes nos obrigava a voltar ao ponto de partida, a recomeçar. Mas sempre fui corajosa ! Nunca temi o recomeço e jamais perdi a fé de que conseguiria chegar a algum lugar, sem medo de alterar a rota, sem medo de deixar a via expressa e optar por desvios. O objetivo foi sempre chegar lá! Lá onde ? Sei lá, gosto de ir em frente e ser surpreendida!

Li, reli a poesia, experimentei vários sentimentos, senti estranhas sensações, percebi que há novos caminhos a serem trilhados e embora estejamos no outono, época em que as folhas caem, tive a impressão que a primavera estava no ar ! Me desviei do sentido da poesia? Creio que sim, mas são os desvios, lembram?

Me senti curada ! Voltei a ser eu mesma ! Abençoados seja os poetas, tanto faz se protegidos por Bragi ou pelo problemático Apolo. O fato é que eles existem e sempre nos proporcionam momentos de extase e falam com nossa alma, afloram nossa sensibilidade , muitas vezes amortecida pela dureza do cotidiano. Hoje, não quero saber se o mundo vai mal, eu estou me sentindo, egoisticamente, bem, novamente. Onde ficou a melancolia ? Lá atrás. Eu estou pronta para seguir a estrada....

Café?





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