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sexta-feira, 24 de junho de 2011

são joão


Salvador está uma delícia hoje! Quase não há baianos na cidade, foram todos para o interior, para as festas de São João. É quase um sonho me ver livre da falta de educação deles no trânsito. A cidade esteve vazia e eu a desfrutei. Vi detalhes que em dias normais, é impossível ! Consegui chegar perto da estátua de Castro Alves e desfrutar do prazer que é olhar o mar daquele ângulo. Caetano tem razão, aquela praça é do povo e em dias normais, um formigueiro, só na raça pra chegar lá. Não gosto daquela multidão, então nunca tentei chegar lá, só hoje, estava vazia.

A praça Castro Alves é do povo
como o céu é do avião
um frevo novo, eu peço um frevo novo
todo mundo na praça
e muita gente sem graça no salão
Mete o cotovelo e vai abrindo o caminho
Pegue no meu cabelo pra não se perder e terminar sozinho.
O tempo passa mas, na raça eu chego lá
É aqui nessa praça que tudo vai ter de pintar.

Poucos turistas na cidade, o que é uma pena, gosto de ficar observando o comportamento deles. As roupas estranhas, que não fazem parte do dia a dia, tenho certeza. O olhar deslumbrado para todos os lados, o click, click das máquinas fotográficas, os olhares desconfiados para os petiscos baianos expostos pelas ruas. Turista tem cara de turista, não adianta. Os europeus, loiros de olhos azuis ( a elite odiada por Lula) com os rostos vermelhos, resultado do inclemente sol baiano, parecendo camarão cozido. Os paulistas e paranaenses olhando com um ar de desdém para tudo, mas no intimo, adorando. Os gaúchos carregando o chimarrão, vestidos com a camiseta do Grêmio ou do Internacional, sempre em bando e gritando, como se fossem surdos. Catarinense nem existe, uns pensam que são gaúchos e a outra metade pensa que é paranaense mas bem lá no fundo, queriam ser paulistas. Carioca só se distingue dos baianos pelo chiado na fala. "Eita povim, esses cariocas viu?"

Realmente, estes baianos adoram festas e São João é tão ou mais importante que o carnaval. Desde quinta-feira , oficial ou não, a maioria está fazendo um feriadão. Todos baiano que se preze tem família no interior e é para lá que eles vão - todos rumo ao interior, congestionando as rodovias, lotando as rodoviárias. O verdadeiro sentido da festa está lá no interior, se bem que, andam reclamando que até esta festa religiosa, está se tornando mais um carnaval fora de época.

Hoje li no jornal que a guerra de espadas em Cruz das Almas, já provocou queimadura em 22 pessoas. A festa recém está começando ! Essa guerra foi proibida, mas realizada assim mesmo, quem se importa com proibições? O governador do Rio de Janeiro não usou um avião da FAB para transportar os corpos dos amigos, mortos na queda do helicóptero em Porto Seguro? Eram todos civis e não estavam em missão oficial. Vão investigar, mas e daí? Não vai dar em nada mesmo, então deixe o povo se queimar à vontade, ninguém é obrigado a participar mesmo. Vai quem quer. Tudo bem que às vezes as espadas escapam e, entram dentro das residências de pessoas que não estavam participando da festa, mas e daí? Tradição é tradição, precisa ser mantida. Essa guerra de espadas atrai muitos turistas, logo, todos eles sabem que poderão serem queimados, perderem um dedo, uma mão, ficarem cegos, deformados, mas gosto é gosto e não se discute. O que vale é a adrenalina correndo.

"Já em São João da Barra, uma cidadezinha a 673 km de Salvador, há uma festa muito bonita . O ponto alto das comemorações juninas é o desfile dos clubes juninos mais conhecidos como fortes, Curuzu, Humaitá e Riachuelo (importantes batalhas militares). Essa é uma manifestação folclórica popular, a origem do desfile dos fortes está relacionada com a Guerra do Paraguai, que contou com a participação de mais de cem homens, filhos da Barra. Depois que os combatentes voltaram, diversos grupos simulavam batalhas durante os festejos de São João. No entanto, como a brincadeira ficou perigosa com o enfrentamento com fogos de artifícios, tipo buscapé, o modelo foi mudado e os clubes juninos passaram a desfilar sem choques entre os componentes de cada forte." (fonte: A Tarde)

A Bahia é cheia de contrastes, eu às vezes a odeio e outras eu amo. Mas este é um lugar para ser feliz, se conseguirmos deixar de lado todos seus pecados.

Hoje é dia de São João, um dia muito especial para mim, mas vou guardar este meu segredo. Era uma noite linda e estrelada. Fazia um frio de renguear cusco, como dizem os gaúchos. Essa noite linda, estrelada e fria, mudou o rumo da minha vida. Nossa, como sou feliz por aquela noite ter acontecido!

Café?


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